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Retornando à Bundesliga

Um resumo da primeira metade da temporada

Após mais de dois meses sem jogos oficiais na primeira divisão masculina da Alemanha, por conta da interrupção para a Copa do Mundo do Qatar e da tradicional pausa de inverno, a Bundesliga está prestes a retornar. Vamos relembrar algumas das principais histórias da temporada até aqui.

Foto: Bundesliga/Reprodução

Union Berlin brigando no topo

A grande surpresa da temporada até então é o Union Berlin. O time da capital remontou boa parte de sua equipe após perder alguns de seus destaques ao longo do último ano e segue bastante competitivo. Comandados por uma defesa sólida e a eficiência acima da média de Sheraldo Becker no ataque, o Union Berlin chegou a passar várias rodadas na liderança da Bundesliga e segue no pelotão de cima após 15 rodadas.

A equipe treinada por Urs Fischer é dona de um sistema defensivo muito bem armado e tem sido muito efetiva ao ceder a bola para seus adversários e explorar os espaços que surgem em contra-ataques. Prova disso é que, apesar de ter uma das menores médias de posse de bola da Bundesliga (43.4%), o Union sofre poucos chutes por partida (10.5 - apenas Leipzig e Bayern sofrem menos) e tem a terceira melhor defesa (20 gols sofridos, 5 desses em uma única partida) do campeonato.

O Union Berlin segue sonhando alto - Foto: Maja Hitji/Getty Images

A briga pelo G4 segue acirrada

Assim como o Union Berlin, o Freiburg segue competitivo e deve brigar por uma vaga no G4 até o final da temporada, como em 21/22. Embalados por um inspirado Gregoritsch (6 gols e 3 assistências), o Freiburg tem conciliado bem o calendário alemão ao jogos europeus (classificado em primeiro lugar de seu grupo na UEL) é o atual vice líder da Bundesliga. Quem também ocupa uma posição no G4 é o Eintracht Frankfurt de Oliver Glasner, cada vez mais consistente. As Águias contam com a presença de Randal Kolo Muani no comando de seu ataque, um dos destaques da liga. O francês chegou à Alemanha em uma transferência sem custos e rapidamente fez valer sua contratação: são 5 gols e 9 assistências em apenas 14 jogos, números que lhe renderam uma convocação para a Copa do Mundo e especulações milionárias.

O RB Leipzig (3°) é outro clube na briga, após recuperar sua melhor forma sob o comando de Marco Rose, que assumiu o clube depois que Domenico Tedesco acabou demitido. Eleito o melhor jogador da temporada passada, Christopher Nkunku segue em grande forma e é o atual artilheiro da Bundesliga, com 12 gols marcados. Ele se recupera de lesão, no entanto, e não tem presença confirmada nas primeiras partidas do Leipzig em 2023.

Apenas cinco pontos separam os clubes entre a segunda e a sexta posição; e clubes como Wolfsburg e Borussia Mönchengladbach vem no encalço deles. A disputa por vagas nas competições europeias da próxima temporada promete seguir quente, caso as equipes mantenham seu rendimento atual. Quem será que termina a temporada no G4?

A metade superior da tabela - Foto: Bundesliga

Os ataques de Bayern e Dortmund

Apontados como grandes rivais na briga pelo título, Bayern e Dortmund viveram situações parecidas, mas de desfechos opostos. Os dois iniciaram a temporada sem contar com seu centroavante titular: pelo Bayern, Lewandowski foi vendido ao Barcelona; e pelo Borussia Dortmund, Haaland ao Manchester City. Os aurinegros ainda viram Haller, a reposição para o ataque, ser afastado para tratar um câncer no testículo.

O clube bávaro não sentiu grandes problemas e continuou a marcar gols com bastante frequência, inicialmente em um sistema mais móvel e depois com grande contribuição do camaronês Choupo-Moting, autor de 6 gols e 2 assistências nos últimos 6 jogos da Bundesliga. Por outro lado, o Borussia Dortmund tem enfrentado dificuldades para criar e converter chances: Modeste, contratado de última hora, ainda não convenceu e o jovem Moukoko é quem tem ganhado espaço, apesar de não ter assinado uma extensão de contrato ainda. A expectativa é de que Haller esteja disponível para o restante da temporada: veremos se ele é capaz de potencializar o ataque aurinegro.

Após 6 meses de tratamento, Haller voltou a jogar - Foto: @HallerSeb

Wolfsburg em ascensão

O Wolfsburg fez uma janela promissora, focada em jogadores jovens e de grande potencial, e contratou Niko Kovac (de trabalho sólido no Eintracht Frankfurt entre 2016 e 2018) para o comando de seu time. A temporada iniciou-se com a expectativa de que o clube pudesse brigar por competições europeias, mas os Lobos decepcionaram e venceram apenas uma partida nas 7 primeiras rodadas Aos poucos, no entanto, Kovac foi arrumando o time e o Wolfsburg parece ter finalmente engrenado, pois chegou à pausa de inverno em uma sequência invicta de 8 jogos, mantendo uma sequência atual de 4 vitórias seguidas e ocupando a sétima posição, 4 pontos atrás do 4° colocado.

Junto ao Bayern e ao RB Leipzig, o Wolfsburg é a equipe em melhor forma na Bundesliga, considerando os últimos 5 resultados. Vão conseguir manter o desempenho e assegurar uma vaga em competições europeias?

Niko Kovac, treinador do Wolfsburg - Foto: Martin Rose/Getty Images

O impressionante Werder Bremen

Recém-ascendido e sem grandes investimentos no plantel, o Werder Bremen se transformou em outra das sensações da Bundesliga, pelo bom futebol praticado e pelos resultados impressionantes. Comandado pela dupla de ataque que brilhou na segunda divisão (Ducksch e Füllkrug), os Papagaios também tem ocupado posições na metade superior da tabela e contam com o treinador mais jovem da liga (Ole Werner, 34 anos). O bom desempenho levou Füllkrug à Copa do Mundo, inclusive.

Na primeira parte da temporada, o Werder Bremen se notabilizou por marcar gols nos instantes finais das partidas. Em uma delas, ocorreu uma das maiores viradas da história da liga: em pleno Signal Iduna Park, o Bremen perdia para o Borussia Dortmund por 2-0 até os 88 minutos, mas marcou aos 89, 93 e 95 e deixou o campo vitorioso. Dentre as 15 partidas que já ocorreram, o clube marcou pelo menos um gol nos 10 minutos finais de jogo em 7 delas.

Jogadores do Werder Bremen comemoram a vitória no Signal Iduna Park - Foto: Lars Baron/Getty Images

Crise no Leverkusen

O Bayer Leverkusen, por outro lado, é uma das grandes decepções da temporada. Mantido o comando técnico e suas principais estrelas (Frimpong, Diaby, Schick) no elenco, esperava-se que o clube pudesse dar um salto a mais e até mesmo ameaçar os postulantes ao título. A eliminação precoce na DFB Pokal (na primeira rodada, contra o SV 07 Elversberg) foi um prenúncio dos problemas que estavam por vir: nas 10 primeiras rodadas, foram 2 vitórias, 2 empate e 6 derrotas.

Gerardo Seoane não resistiu ao péssimo início de temporada e acabou substituído por Xabi Alonso. O espanhol trilha seus primeiros passos como treinador de uma equipe profissional e, por enquanto, melhorou os resultados do clube, ainda que ocupem uma modesta décima segunda posição. O desafio do novo treinador é resgatar a capacidade goleadora de Patrik Schick, desaparecida até então. O retorno de Florian Wirtz, recuperado de lesão nos ligamentos do joelho, é uma grande notícia - ele deverá estar disponível para o restante da temporada.

Xabi Alonso terá uma missão complicada - Foto: Lars Baron/Getty Images

Novos técnicos na parte de baixo da tabela

A seção inferior da tabela apresentou uma tendência: a troca de treinadores. Além do Leverkusen, o trio que atualmente ocupa o Z3 também optou por romper com um trabalho e contratar novos comandantes. As vagas de Frank Kramer (Schalke 04), Thomas Reis (Bochum) e Pellegrino Matarazzo (Stuttgart) ficaram com Thomas Reis, Thomas Letsch e Bruno Labbadia, respectivamente.

O Schalke 04, aliás, vive situação delicadíssima. Os Azuis Reais subiram como campeões da Zweite Liga, mas sofreram baixas importantes no mercado e contrataram nomes que não tem correspondido ao nível que a Bundesliga exige - o clube amarga a lanterna da competição com apenas 2 vitórias e 9 pontos conquistados.

O Schalke 04 tem poucos motivos para sorrir - Foto: Uwe Kraft/Getty Images

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