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Sede da final da Champions League, Munique tem histórico favorável ao PSG

Cidade alemã vai sediar a final do maior torneio continental de clubes do Mundo pela quinta vez, no dia 31 de maio.


Casa do maior clube alemão e principal destino turístico do país, a cidade de Munique é símbolo de poder na Alemanha. Por conta disso, é muito comum ver a região receber eventos de grande escala: como Olimpíadas, jogos de Copa do Mundo e finais de Champions League, esta última por cinco vezes. Mas junto da beleza e da modernidade que atrai viajantes para a cidade, há também uma mística que pode ajudar o PSG nesta Liga dos Campeões: sempre que uma final foi em Munique, uma equipe se sagrou campeã de forma inédita.

Munique: talismã daqueles que buscam seu primeiro título

  • Nottingham Forrest: o primeiro agraciado

Tudo começou na temporada 1978-79. Há época, o Nottingham Forest, da Inglaterra, enfrentou o Malmö, da Suécia. Em partida disputada no aposentado Estádio Olímpico de Munique (München Olympiastadion), os ingleses levaram a melhor e se sagraram campeões pela primeira vez, batendo os suecos por 1 a 0.


Foi o primeiro título dos Garibaldis, que viriam a vencer o bicampeonato no ano seguinte. O autor do gol, Trevor Francis, também fazia história: fora o primeiro jogador da Inglaterra a custar mais de 1 milhão de libras. Por isso era apelidado de Million Pound Man.

  • Olympique de Marseille: o campeão indevido

Certo tempo depois, na temporada de 1992-93, foi a vez da mística ajudar o Olympique de Marseille. Também no Estádio Olímpico de Munique, os franceses bateram a forte equipe do Milan pelo mesmo placar que o Nottingham Forest havia feito, 13 anos antes - 1 a 0.




Foi o primeiro título do Marseille e primeiro título de uma equipe francesa da competição - marco que perdura até hoje. Posteriormente, foi divulgado um escândalo envolvendo a equipe francesa, conhecido como o "Affaire VA-OM" (Valenciennes-Olympique de Marseille).

O que foi o escândalo?

Pouco antes da final da Liga dos Campeões, dirigentes do Olympique de Marseille subornaram jogadores do Valenciennes para que tirassem o pé no confronto entre os dois clubes pelo Campeonato Francês, em 20 de maio de 1993.

O objetivo era evitar lesões nos jogadores do Marseille, que disputariam a final da Champions contra o Milan dias depois. O suborno foi descoberto e como punição, o Marseille teve seu título do Campeonato Francês retirado, foi rebaixado para 2ª divisão e foi proibido de participar da Champions League e Supercopa da UEFA da temporada seguinte. 

Além disso, a participação dos franceses no Intercontinental (Mundial de Clubes da época) também foi vetada. Por isso o São Paulo acabou enfrentando o Milan no torneio, em duelo que sagrou o tricolor do Morumbi como bicampeão do Mundo.


  • Borussia Dortmund: salão de festas do rival

Quatro anos depois da final conturbada, Munique foi palco de outra decisão de Champions League que haveria um campeão inédito. Desta vez, o conterrâneo e rival dos donos da casa, Borussia Dortmund, bateu a Juventus de Zinedine Zidane por 3 a 1 e conquistou seu primeiro (e único) título da competição.

A vitória do Dortmund também marcou a segunda derrota de uma equipe italiana em Munique, outra estatística envolvendo a cidade que joga contra a Inter de Milão.



  • Chelsea: o título mais doloroso de Munique

Na final mais recente realizada em Munique, os anfitriões Bayern de Munique enfrentaram o Chelsea, em duelo realizado na moderna Allianz Arena. Apesar de ter saído na frente e de terem jogado melhor boa parte do jogo, aos 90 minutos os bávaros viram uma cabeçada forte de Didier Drogba aguar seu chope.


Na prorrogação, outra ducha de água fria: Petr Cech defendeu um pênalti cobrado por Arjen Robben. Com o placar igual durante 120 minutos, a final veio a ser decidida nos pênaltis e Drogba, autor do gol de empate no fim do tempo normal, foi responsável por cobrar o último pênalti dos
Blues - dando o primeiro título de Champions League à equipe inglesa.



O que esperar de PSG x Inter de Milão?



Em uma final que muitos jamais apostariam, PSG e Inter de Milão mostraram ser times resilientes e que sabem jogar bem em momentos de pressão. 

Em uma semifinal de tirar o fôlego, os italianos chegam em Munique com a esperança de levantar o título de Champions League pela 4ª vez. Se o retrospecto da cidade joga contra, outro envolvendo o Bayern de Munique já ajuda. 


Afinal de contas, nas últimas duas edições, as equipes que venceram os bávaros no mata-mata se sagraram campeões.



Por outro lado, o PSG foi uma equipe que cresceu na hora certa. Se em anos anteriores a equipe tinha facilidade na fase de grupos, mas penava na fase eliminatória, desta vez foi o contrário. Os franceses fizeram uma primeira fase abaixo e se classificaram apenas em 15º. Mas no mata-mata a equipe mudou. Mesmo em uma chave difícil, enfrentando basicamente equipes de Premier League, o time comandado por Luis Enrique fez confrontos dignos de finalista.


Donnarumma (26), que vinha sendo criticado por não aparecer em jogo grande com o PSG, virou uma muralha. Os ex-Bundesliga Dembelé (27) e Hakimi (26) mostraram sintonia e a chegada de Kvaratskhelia (24) na janela de janeiro foi a “cereja do bolo”.



O “low profile” PSG joga muita bola e, principalmente, encanta o mundo com o seu jeito único. Mas vão enfrentar um time cascudo. Que não se dá por vencido. Repleto de ex-jogadores que atuaram na Alemanha sendo pivôs de uma equipe que defende bem, ataca bem e que mostra frieza em momentos de tensão. 


Contando também com milagres do suíço Yann Sommer (36), da visão de jogo de Mkhitaryan (36) e da artilharia de Marcus Thuram (27), motivados com um gostinho amargo de uma final perdida 2 anos atrás e do Scudetto deste ano escapando pelas mãos nas últimas rodadas do Campeonato Italiano.


Independente das superstições, místicas e históricos. Munique será palco de um duelo que ficará para sempre na história. E nossa torcida é para que seja lembrada pelo bom futebol apresentado.


Infelizmente não teremos alemães disputando, mas temos a esperança de um jogo grande e emocionante, como a cidade de Munique representa e merece.

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