Tradicional e vencedor, o Dynamo Dresden mediu forças com a filial de Berlim, exercendo, por um bom tempo, o posto de mais dominante e mais aterrorizante equipe da Alemanha Oriental
Foto/Reprodução: Archiv Dresdner Fußballmuseum |
Dominantes dentro da Alemanha Oriental, Dynamo Berlim, Dynamo Dresden, Vorwärts Berlim, Carl Zeiss Jena e FC Magdeburg não conseguiram repetir o feito no país unificado. Esmagados por um sistema econômico que não era o seu, os times da antiga República Democrática Alemã sofrem para alcançar a elite do futebol nacional, amargando tristes posições nas divisões inferiores do país.
Com o intuito de iluminar o passado glorioso e apresentar o presente de luta, este texto, dividido em cinco partes, falará sobre cada um dos cinco maiores times da DDR-Oberliga. Dos títulos ao ostracismo, em alguns casos, os gigantes de uma era merecem que a sua história permaneça viva, até que tenham os holofotes para poderem, eles mesmos, contarem os seus feitos.
Falamos, no primeiro texto da série “Gigantes de um tempo”, sobre o Dynamo Berlim, o maior vencedor do antigo campeonato da Alemanha Oriental. Neste segundo, a bola da vez é o Dynamo Dresden, mais antigo, mais tradicional e, porque não, o irmão mais velho dos gigantes da capital.
O Dynamo Dresden, fundado em 1953, tem as mesmas origens do Dynamo Berlim, criado alguns anos depois. Oito vezes campeão da DDR-Oberliga, oito vezes vice-campeão da competição e seis vezes terceiro colocado, a equipe da Saxônia é o time que mais vezes figurou entre os três primeiros do maior campeonato da Alemanha Oriental.
O mais popular dentre todas as equipes do lado vermelho da Alemanha, a equipe de Dresden foi fundada pela Stasi, assim como a de Berlim, para ser dominante e vencedora. Contando com uma “forcinha” da polícia e do governo, o Dynamo Dresden reuniu, em pouco tempo, os melhores jogadores dos outros times ligados a Stasi, montando um elenco poderoso e uma ótima infraestrutura, se comparada as demais.
Curiosamente, alguns anos depois, o time se encontraria do outro lado da mesa de “negociações”, sendo ele o responsável por ceder os seus maiores talentos para outro clube da Stasi, o Dynamo Berlim, o mais novo e mais importante projeto da polícia da Alemanha Oriental.
Foto/Reprodução: imago images / Fred Joch |
As origens:
A cidade de Dresden já vivia o futebol muito antes da criação do Dynamo Dresden, seu grande representante. O Dresdner FC, clube local durante o regime nazista, já havia sido bicampeão nacional, ganhando os títulos de 43 e 44. Vitorioso em um tempo sombrio, o Dresdner FC foi dissolvido no pós-guerra, em um processo de rejeição a tudo que estava ligado ao nazismo.
Em 1946, já sob o comando das forças aliadas, foi fundado o SG Friedrichstadt, que não duraria mais de quatro anos, tendo o seu fim decretado em 1950 por ser considerado muito “burguês”. Os times de Dresden cresciam, venciam e perdiam juntamente com os sistemas políticos do seu país. “Eliminado” por ser muito burguês, a cidade viu os seus próprios detratores, o governo comunista, o transformarem em potência, até necessitarem de outra estratégia política, um time vencedor na sede do país, e os boicotarem mais uma vez.
Não há como dissociar a imagem dos times de Dresden do poder. Seus caminhos foram criados, moldados e finalizados por ele. A Stasi, patrona do clube, foi quem o alçou às glórias e quem o relegou as derrotas. Criado para ser um clube alinhado com o governo, teve, no governo, os grandes responsáveis pela sua queda. Para a sua fundação, foram trazidos jogadores dos outros clubes filiados à polícia, em uma clara tentativa de transformar a equipe da Saxônia no maior dos Dynamos. Mas o favoritismo da alta cúpula policial com o time de Dresden não duraria para sempre. O fim da lua de mel veio quando Erich Mielke, querendo um novo clube dominando a liga, esvaziou o Dresden para consagrar outro Dynamo, o de Berlim, como contamos no texto anterior.
Foto/Reprodução: Dynamo-Dresden.de |
Ruínas e glórias:
Sem seus principais atletas, dentre eles alguns que já atuavam na seleção nacional, o Dynamo Dresden viu, de um dia para o outro, todos os seus titulares reforçarem o seu irmão mais novo. Com jogadores jovens, inexperientes e que não jogavam na equipe principal, o time entrou em um grave declínio, saindo do posto de um dos principais clubes do país para se tornar uma equipe de quarta divisão, retornando à DDR-Oberliga apenas em 1962.
Depois de voltar à elite, o Dynamo Dresden passou por alguns sufocos, como duas lutas contra o rebaixamento, até viver o auge da sua história. Mas se enganou quem imaginava que o time mais popular do país ficou sem aliados para confrontar o seu maior rival. Três poderosos políticos locais (Hans Modrow, Manfred Scheler e Horst Böhm) ajudaram o Dresden a se reerguer, se tornando ainda maior e conquistando cinco dos seus oito títulos em um período de oito anos, entre 1970 e 1978.
O Dynamo Dresden parecia contrariar o que queriam os seus “donos”, vencendo títulos e mais títulos muito antes da equipe de Berlim. Com seis campeonatos nacionais, à época, tendo vencido o seu primeiro em 1952, quando ainda era a grande força dentre os times ligados a polícia, o time sucateado para o nascimento dos rivais da capital provocou um racha na Stasi, patrona dos dois clubes.
A rivalidade interna começou com Horst Böhm, major general da Stasi na região da Saxônia, que, a despeito dos interesses de Erich Mielke, fortaleceu o time local, liderando, na polícia e na torcida, um sentimento de intensa rivalidade com os parentes de Berlim.
Porém, apesar do grande momento vivido na década de 70, o time da Saxônia não demorou para ver o Dynamo Berlim alçar voos maiores na DDR-Oberliga. Com dez títulos em dez anos, a equipe de Berlim dominou o país, sendo deposta, justamente, pelo Dresden, que venceu dois campeonatos nacionais de maneira consecutiva, um em 1989 e outro em 1990.
Da DDR-Oberliga para a Bundesliga:
Depois de um período de 14 anos com troféus caindo nas mãos da Stasi, seja em Berlim ou em Dresden, o Hansa Rostock venceu o campeonato de 1991, o último realizado no país. Com a queda do muro de Berlim e o fim da Alemanha Oriental e, consequentemente, da Stasi, os Dynamos perderam muita força, sofrendo nos primeiros anos de Bundesliga.
Depois da reunificação, o Dynamo Dresden ficou por quatro temporadas na Bundesliga, entre 1991 e 1995, caindo para as divisões inferiores desde então. Apesar disso, o Dresden é, dentre os principais clubes da DDR, o que mais frequentemente é visto nas divisões de cima, tendo jogado a última temporada da 2.Bundesliga, antes de ser rebaixado para a 3.Liga, quando terá a oportunidade de enfrentar um dos seus grandes rivais, o FC Magdeburg.
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