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Entre o peso da tradição e o caos político, o Kaiserslautern tenta sobreviver

Na zona de rebaixamento para a quarta divisão, o clube corre risco de insolvência caso caia na 3. Liga

Divulgação: Bavarian Football Works

O Kaiserslautern é um dos clubes mais tradicionais do futebol alemão. Tetracampeão do Campeonato Alemão e bicampeão da DFB-Pokal, os Diabos Vermelhos exerceram papel importante no cenário nacional ao longo dos anos. Celeiro de craques como Fritz-Walter, Michael Ballack, Miroslav Klose, Andreas Brehme, entre outros, o Lautern vive um drama nos dias atuais. Desde a temporada 2018-19 na terceira divisão, o clube se encontra afundado em um mar de crises internas e os resultados dentro de campo são cada vez piores.

Quando ainda jogava a 2. Bundesliga, a segunda divisão, o Kaiserslautern já dava indícios que o futuro do clube não prometia coisas boas. Com campanhas oscilantes, o clube até chegou a flertar com um retorno à elite, mas as seguidas falhas no departamento de futebol levaram o clube às brigas contra o rebaixamento, até o momento em que o mesmo não conseguiu escapar. A complicada Dritte Liga, a terceira divisão, promove os dois melhores clubes e leva o terceiro para um playoff de acesso. No entanto, com 20 equipes participantes, parece muito pouco, ainda mais se tratando do aumento de número de rebaixados, que subiu para quatro. Ou seja, qualquer clube tem mais chances de cair do que ser promovido. Na última época os Diabos Vermelhos começaram a 3. Liga de forma complicada e flertaram com o rebaixamento durante boa parte da competição, mas por ainda terem uma estrutura bem melhor do que a dos modestos rivais, acabaram se salvando com certa tranquilidade no fim. Apesar disto, naquela altura o clube deu mais um indício de que os capítulos seguintes seriam tensos.

Caos político, principal investidor prestes a abandonar o clube e maus resultados em campo 


Dentro e fora das quatro linhas o desempenho do Kaiserslautern é preocupante. Na décima sétima posição na terceira divisão, a equipe ocupa a primeira posição da zona de rebaixamento. Uma queda para a quarta divisão, que é semi-amadora, causaria prejuízos inimagináveis ao clube, como por exemplo a perda do status profissional. Com apenas duas vitórias em dez rodadas, o Lautern é um dos piores mandantes da competição e ainda não conseguiu uma vitória sequer jogando diante de sua torcida no imponente Fritz-Walter Stadion. Até por isso, o clima é de constantes protestos dos fãs. Se há como tirar um ponto positivo do plantel, vale a pena destacar os atacantes Florian Pick e Timmy Thiele, que juntos marcaram 11 dos 15 gols dos Roten na terceirona. Pick inclusive é um dos artilheiros com sete gols. Como grande jogo da temporada, a vitória contra o Mainz 05 na Copa da Alemanha deixou a torcida um pouco esperançosa, mas com o fraco rendimento, entrarão em campo contra o Nürnberg na segunda fase como azarões.

Como se não bastasse os erros dentro de campo, a administração do clube também está gravemente afetada. O diretor esportivo Martin Bader não irá renovar seu contrato, que termina ao fim do ano, na metade da temporada. Isso significa que o futebol da associação ficará sem um comandante até que encontrem um substituto para a segunda metade da época. Com dívidas, uma das esperanças do clube é o potencial investidor Flavio Becca. O empresário ainda não chegou de fato a investir dinheiro no clube mas já ameaça nem o fazer caso seus principais aliados saiam do clube junto a Martin Bader. Ou seja, o clube não sabe nem se terá o dinheiro do investidor para pagar a licença profissional para a próxima temporada. O não pagamento rebaixaria a equipe mesmo que venham a garantir a permanência dentro de campo.

Entre mandos e desmandos, o tradicional Kaiserslautern tenta sobreviver. Resta saber o que mais pesará nessa balança ao fim da temporada: a tradição ou a incompetência.

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