Não é só no Brasil que existem desavenças na questão do pagamento de custos sobre uma partida de futebol. Na última terça, foi realizada o julgamento entre a Liga Alemã de Futebol (DFL) e a cidade de Bremen acerca de quem deverá assumir os custos adicionais para operações policiais em jogos de alto risco. Depois de seis horas de negociações, não houve um veredito final.
Em 25 de abril de 2016, a DFL se queixou e entrou com uma ação contra o aviso do pagamento. No ano seguinte, em 17 de maio de 2017, o Tribunal Administrativo de Bremen concluiu o processo e confirmou de que o aviso da taxa era ilegal. As razões para tal eram, entre outras coisas, deficiências na fixação de taxas. Contudo, o Supremo Tribunal Administrativo de Bremen indeferiu a ação e reascendeu a discussão sobre com quem deve ficar a obrigação de pagamento dos custos dos jogos de alto risco.
O presidente do Werder Bremen, Hubertus Hess-Grunewald (à esquerda), e o presidente da DFL, Reinhard Rauball. (Foto: dpa) |
Além disso, ele tem na área da terceira ou quarta divisão de futebol no país — que, no entanto, estão sob a soberania da DFB — sérias preocupações sobre o futuro de alguns clubes, se tais custos fossem pagos pelos mesmos. “O monopólio deve permanecer com o Estado”, ressaltou Rauball, esclarecendo que os times da Bundesliga acabariam pagando bilhões de impostos e taxas.
O presidente atribuiu grande importância à afirmação de que a relação entre a associação e a cidade fora do tema dos custos policiais era mais do que boa. O Werder Bremen, ao lado da opinião da DFL, afirma que a garantia de segurança e ordem em torno dos jogos da Bundesliga é de responsabilidade do estado e a associação não deve ser cobrada.
O futebol não é o catalisador da violência, e o Estado é responsável pelo exercício da segurança pública e da ordem, concluiu Rauball.
Logo antes do julgamento na terça-feira, Ulrich Mäurer, senador do estado de Bremen, declarou: “Se o clube não puder garantir a segurança sem mais policiais, teremos apenas a alternativa de cancelar o jogo”. Então, os grandes prejudicados nisso tudo seriam os clubes. Em primeiro passo, pensem em um montante fixo.
O outro ponto em evidência é o chamado ambiente espacial. Por exemplo, o clube tem que cobrir os custos das translocações entre uma estação central e o estádio? Onde exatamente termina o ambiente espacial, onde começa? De acordo com a defesa de Bremen, alguns torcedores que chegam de trem, antes ou depois da estação principal, saem para tentar escapar do controle da polícia. Portanto, o policiamento deve estar no local das paradas apropriadas.
Confiante, Mäurer confirmou, pelos resultados da pesquisa recente, 90% da população é a favor de envolver a DFL nos custos. Para ele, o processo é um modelo para toda a Alemanha. A princípio, o problema é que a DFL rejeita participação nos custos, mesmo que minimamente. O objetivo de Bremen, de acordo com o senador, é uma regulamentação nacional, para que possa haver uma compensação justa, por exemplo, por meio de um fundo.
De acordo com o status atual, a decisão final será anunciada às 11 horas da próxima sexta-feira (29). Se o custo da taxa for declarado legal e a DFL for cobrada por operações policiais adicionais, viria para o futebol profissional um estimado custo adicional de cerca de 20 milhões de euros por ano. O mesmo também iria atingir os clubes da terceira divisão — que ainda tem o status profissional — e possivelmente também na quarta divisão.
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